Paulo Freire à esquerda e à direita

O texto abaixo é Alexandre Magno Fernandes Moreira e reflete a posição que considero a mais realista e sóbria sobre Paulo Freire, um autor que é idolatrado por uns e demonizado por outros, em ambos os casos por motivos completamente exagerados.

 

100 anos do nascimento de Paulo Freire: breves notas

1. Ele se tornou para a esquerda um símbolo de tudo o que é bom na educação. A direita, como reação, escolheu-o como um símbolo de tudo que há de ruim na educação brasileira. Na verdade, a direita foi além, condenando-o como o grande culpado das mazelas da educação brasileira.

2. Nenhuma das visões corresponde à realidade. A influência de Paulo Freire na educação brasileira, seja positiva ou negativa, é muito menor do que diz um lado ou outro.

3. Ele não criou a rigor uma pedagogia, mas expôs, de forma pouco estruturada e confusa, uma filosofia da educação. O único método efetivamente criado por ele se referiu à educação de jovens e adultos. Quase nada do que ele propôs foi aplicado e nem creio que seja aplicável.

4. Se a esquerda tem algum respeito por Paulo Freire, nunca deveria tê-lo colocado (por lei!) como patrono da educação brasileira. Isso é uma acusação e não uma homenagem.

5. A direita precisa evoluir e ultrapassar essa fixação em Paulo Freire. Essa é uma confissão de inépcia, de desconhecimento da história da educação brasileira e das diversas e complexas causas de seu fracasso.

6. Enfim, Paulo Freire é um personagem menor na história da educação brasileira. Porém, virou um ícone no debate público, divinizado por uns e demonizado por outros. Precisamos relegá-lo às empoeiradas bibliotecas dos cursos de Pedagogia e começar a resolver os problemas reais da educação brasileira.

Fonte: aqui.

 

A situação descrita acima é tão verdadeira que, diante das acusações de “causa do fracasso da educação brasileira”, uma defesa comum dos admiradores de Freire é dizer que: “mas o método Paulo Freire não é aplicado de verdade no Brasil em nenhum lugar“. Pois é. Se não é aplicado, tanto seus críticos quanto seus defensores estão completamente errados.

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Advertência: Se você é um graduando em pedagogia ou licenciatura, especialmente de uma universidade pública, para seu próprio bem, não saia esculhambando Paulo Freire nas aulas em que algum professor começar a exaltá-lo apenas com base em frasezinhas vazias sobre “amor” que não dizem nada sobre a educação real e que não refletem em nada a posição pedagógica real dele. Para que se indispor com os idólatras do culto a Freire que corrigem avaliações que você faz? E quem disse que VOCÊ tem alguma base cultural para realmente avaliar a questão de forma séria? Se você realmente tem interesse no tema, vá estudar por conta própria sobre história da educação, mas sempre procurando por visões diferentes.

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