Trazemos agora a segunda parte do livro Manual de Sciência da Linguagem, versão portuguesa (de 1903) do livro Glottologia, do linguista italiano Giacomo de Gregorio (da Universidade de Palermo), publicado originalmente em 1896. A tradução é Cândido de Figueiredo.
Nesta parte, constam os capítulos de 3 a 5. O capítulo 3 faz uma descrição dos aspectos fisiológicos da produção dos sons nas línguas humanas. O capítulo 4 discute o papel do estudo das raízes no método histórico-comparativo, seu estatuto teórico, bem como sua descoberta, descrição e classificação. O capítulo 5 traz uma classificação e descrição geral de várias famílias lingüísticas.
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SUMÁRIO DA SEGUNDA PARTE
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Capítulo 3: Fisiologia da linguagem
Se a linguagem tem localização cerebral.— A faculdade da linguagem é peculiar ao homem.— Se ó preciso chamar “articulada” a linguagem.— Ideias de Haeckel e dos evolucionistas sôbre a origem da linguagem articulada.— Dos sons em geral; o laringoscópio; toz e palavra. — Descobrimento de Helmholtz sôbre a differença dos timbres, e descobrimento do mesmo e de Dondors sôbre o diverso grau musical das vogaes. — Estructura do orgam vocal; a laringe; a glotte; as cordas vocaes constitutivas do côrpo vibrátil do instrumento.— O agente motôr desse instrumento; a traqueia.— A. região faringò-laríngea —Região da bôca e do nariz.— Funcionamento do orgam vocal, o qual se aproxima dos instrumentos músicos de lingüêta.— Máquinas falantes de Weatsone e Faber. Laringe artificial de Gussenbauer.— Como actuam na fonação as diversas partes do orgam. — Formação dos sons da linguagem. Elementos geraes da palavra; ideias á cêrca do alfabeto fisiológico .— As vogaes. — Os ditongos e as vogaes nasaladas — Filogênese e classificação fisiológica dos ruídos glótticos, que constituem as chamadas consoantes. — Série especial, vibrante e contínua ou resonante. — As articulações labiaes. — As articulações linguò-apicaes.—As articulações linguò-dorsaes. —Princípios que devem regular qualquer sistema de transcrição. — Sistema genético das vogaes e das consoantes. —Necessidade de applicar o alfabeto fisiológico, mormente na representação das raízes. — A determinação do valôr fonético o fisiológico de certos sinaes antigos resolve muitas dúvidas e controvérsias.
Capítulo 4: As raízes e a origem da linguagem
Importância do assunto. — O que são raízes — Se as raízes foram faladas. — O descobrimento das raízes constituo uma glória da lingüística. — Comparações com as línguas dos selvagens. — No indò-europeu, as raízes representam o primeiro estádio da linguagem. — Se, ao menos quanto ás línguas áricas, será admissível a ideia da evolução nos três estádios, — monosillábico, representado pelas raízes, agglutinativo e inílexivo. — Classes das raízes, segundo Bopp e Fick. — Forma das raízes, segundo os antigos glottólogos. — Raízes das raízes. — Raízes primárias e secundárias. — Elencos das raízes indò-europeias. — Elencos das raízes sanscríticas. — Valor das raízes — Relação da sua origem com a origem da linguagem. — Modos de explicar a divisão em várias familías. — A estratificação da linguagem — Ideias de vários glottólogos sobre a origem da linguagem.
Capítulo 5: As fórmas concretas de linguagem. — Classificação e descrição das línguas
Ideias geraes sôbre a classificação. — Classificação morfológica de Schlegel. — Modificações, introduzidas nessa classificação por Bopp e Pott. — Classificação fisiológica de Steinthal. — Ideias e propostas de R. Bonghi, para uma classificação baseada no verbo. — Classificação de La-Grasserie, reünindo todos os critérios fonéticos, psicológicos e morfológicos. — Porque é que se póde seguir a classificação nas três categorias, (monosillábica, agglutinativa e flexiva).— Primeira fórma lingüística, o monosillabismo. — Segunda fórma, a agglutinação. — O chinês. — O annamita, o siamês, o bermano, o tibetano. — Segunda fórma, a agglutinação. — Grupo hofentotò-boximane. — As línguas dos nêgros africanos. — Família banta. — Grupo hamitico. — Grupo nubò-fula. — Família malaiò-polinésica, sua divisão e extensão. — Semelhanças entre as línguas destas famílias. — Afinidades lexicológicas. — As línguas dos papúas e da Austrália. — O japonês. — Família dravídica. — Família uralò-altaica, ou scítici. — Ramo uralo. — Ramo altaico. — Àffinidades recíprocas. — O vasconço. — As línguas incorporatiras da América, sua enumeração. — Caracteres destas línguas. — Línguas do Cáucaso. — O accadiano.— Terceira fórma, a flexão — Troncos indò-europeus. — Qual a primitiva séde dos árias; investigações recentes a tal respeito. — Ramo indiano. — Ramo irânico. — Ramo hellênico. — Ramo itálico. — Ramo céltico. — Ramo germânico. —Ramo eslavo. — Ramo lélico. — Tronco semítico, seus caracteres geraes. — Ramo arâmico. — Ramo hebraico. — Ramo arábico.