Já vivemos uma nova Idade Média.
Sim, com toda a nossa tecnologia e ciência e sofisticação e pose de superiores, já estamos vivendo a autodestruição de um império transnacional que começou a odiar a si mesmo e está se fragmentando em uma infinidade de feudos incomunicáveis.
Curiosamente, quem criou essa nova Idade Média foram justamente os que xingam a Idade Média original todo dia há décadas.
A causa Idade Média (da antiga e da nova) não é a religiosidade, como os autores da nova destruição pregam, mas a desintegração social, hoje promovida como “progresso”. A destruição das formas normais de convivência social pelo avanço da violência urbana, tão celebrada pelos intelectuais, pela destruição das bases do sistema judicial, tão celebrada pelos justiceiros do bem, pela rejeição de tudo o que mantém um mínimo de ordem social…
E, assim como na Idade Média original, os religiosos (no sentido literal e no metafórico) é que vão ter que proteger os livros e as outras obras do passado para a posteridade contra aqueles que a tudo querem destruir.