Semântica lexical (parte 2) – um pé na sintaxe

No texto anterior, falamos sobre o que é Semântica lexical. Esta pode ser o nome de uma área de estudos ou o nome de alguma teoria específica que lida com essa área. A característica principal dessa área de estudos é focar na descrição e análise de propriedades do significado das palavras, do vocabulário (léxico) de uma língua.

Vimos também brevemente alguns exemplos de teorias semântico lexicais, mas terminamos apontando que há outro tipo de estudo que também recebe o nome de Semântica lexical, mas que difere em muitas coisas dos outros estudos. E é disso que tratamos agora. Continue lendo “Semântica lexical (parte 2) – um pé na sintaxe”

O que é Semântica Lexical? (parte 1)

A expressão “Semântica Lexical” pode se referir a uma área de estudos da língua (dentro da Linguística) ou pode se referir ao nome de uma teoria específica dentro dessa mesma área de estudos. Continue lendo “O que é Semântica Lexical? (parte 1)”

A idolatria à palavra “Ministério”

Como os países lidam com seus problemas? Digamos que, de repente, haja uma epidemia de… ahn… unha encravada na população. Em países mentalmente saudáveis, o governante usaria as estruturas administrativas já existentes para resolver o problema: o Ministério da Comunicação, se houver, para promover algumas campanhas de informação sobre o problema; o Ministério da Saúde para planejar algumas ações para reduzir a escala do problema. Se a situação fosse muito grave, o Ministério da Saúde poderia até criar um programa ou secretaria temporária para lidar com a questão.

Ah, mas isso é em países normais. Na República Federativa da Banânia, a coisa é bem diferente. A primeira e mais forte tendência de todo governante é criar imediatamente o Ministério da Unha Encravada. Destinar um orçamento permanente para a nova pasta. Conceder ao seu ministro Foro Privilegiado. Preencher dezenas de cargos de assessoria com aliados políticos do governante e do ministro. Realizar vários concursos públicos para prover funcionários para o novo órgão. Realizar licitação para a aquisição de carros de luxo para o transporte dos funcionários. E assim, quinze anos e onze bilhões de contos de réis depois, o Ministério da Unha Encravada ainda estaria lá como parte da estrutura perpétua do Estado, promovendo a justiça pedal para todos!

Mas eis que, vinte anos depois, é possível que um novo presidente olhe para tal ministério e pense: “Mas esse ministério tem poucas responsabilidades em comparação com os demais. Acho que ele poderia ser absorvido pelo Ministério da Saúde, sem prejuízo de suas funções. E ainda economizaríamos uma graninha dos impostos do povo.

 

O que aconteceria diante de tal iniciativa ousada de um presidente? Novamente, em um país mentalmente saudável, imediatamente os intelectuais diriam: “Ok, vamos examinar com calma a questão para ver se é realmente imprescindível a existência desse ministério ou se ele pode ser incorporado a outro.

Mas repito: isso é o que aconteceria em país normal. Em Banânia, os intelectuais estão ocupados demais promovendo a revolução para se preocuparem com essas bobagens burguesas como vida intelectual, verdade, ponderação, razão e responsabilidade com o dinheiro público.

Em Banânia, a reação imediata e estridente da maioria dos intelectuais é denunciar o terrível crime que estaria sendo cometido. Eles acusariam o governante de odiar os pés dos pobres! De espalhar o chulé pelas classes baixas! De querer que as pessoas percam seus pés devido à falta de higiene! De tentar fazer com que os podólogos morram de fome! De perseguição a quem tem fetiche sexual por pés! E de tentar instalar o sapatismo no país!

Isso acontece por vários motivos. Um deles é porque Banânia é um país laico. E como todo país laico, Banânia possui uma infinidade de deuses inventados pelos intelectuais, os profetas que devem liderar o povo à utopia onde mana leite e mel. Alguns dos deuses mais importantes da República Federativa de Banânia são os Ministérios, que ocuparam o lugar das antigas Musas das religiões clássicas. Parte essencial da atividade religiosa dos intelectuais laicos bananísticos é prestar culto e realizar sacrifícios humanos (ou seja, de carreiras humanas) aos deuses Ministérios, mais especificamente ao nome dos deuses dos Ministérios.

Arrependei-vos e crede no Ministério da Verdade e da Justiça Social!

Minicurso: Ideologia, Liberdade e Escola Sem Partido na educação brasileira

TÍTULO: “Ideologia, Liberdade e Escola Sem Partido na educação brasileira”.

INFORMAÇÃO: Apresentado no SEPESQ 2018 (Seminário de Pesquisa Estudantil em Letras), de 19 a 21 de novembro de 2018. Universidade Federal da Bahia (UFBA).

RESUMO: O minicurso discutirá a questão do direcionamento ideológico e político partidário na educação brasileira e os efeitos disso sobre a profunda crise educacional e intelectual pela qual o país tem passado. Para tanto, Continue lendo “Minicurso: Ideologia, Liberdade e Escola Sem Partido na educação brasileira”

Minicurso: Teoria da Gramática e Dialetologia: uma introdução

TÍTULO: “Teoria da Gramática e Dialetologia: uma Introdução”.

INFORMAÇÕES: Apresentado no V CIDS – Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística, de 11 a 14 de setembro de 2018. Universidade Federal da Bahia (UFBA).

RESUMO: O minicurso trata da interação entre o arcabouço teórico da gramática gerativa, compreendida como uma teoria das gramáticas das línguas humanas, e as ciências da variação linguística, a dialetologia e a sociolinguística. O modelo de Princípios e Parâmetros permitiu  Continue lendo “Minicurso: Teoria da Gramática e Dialetologia: uma introdução”